QUANDO O AMOR ROMPE O SILÊNCIO

Sezar Kosta

Nos cruzamos, sem alarde, 

dois rios que se encontram na calma 

de uma manhã que respira silêncio. 

Foi assim: sem pressa, sem dor, 

apenas o despertar do invisível, 

algo que crescia nas entrelinhas do vento, 

silencioso, mas inevitável.

 

Primeiro, foram palavras trocadas, 

sementes lançadas ao acaso, 

gentis e leves, sem saber 

que já enraizavam em nossos corações. 

A amizade, com sua paz tranquila, 

foi o chão fértil onde o amor germinou, 

crescendo devagar, 

como o mar que avança, 

sutil, mas implacável.

 

Mas o medo... ah, o medo! 

Era uma sombra nos espreitando, 

um sussurro de abandono, 

como o eco de uma tempestade distante. 

Eu temia que o amor, 

tão vasto quanto a lua cheia, 

se tornasse vazio em minhas mãos. 

Mas teu olhar, tão profundo e sereno, 

era a bússola que minha alma ansiava, 

dizendo em silêncio o que as palavras não ousavam.

 

E então, você sorriu, 

e o mundo se partiu em mil luzes. 

Os medos, os dilemas, 

desvaneceram como névoa ao sol, 

como um acorde que se dissolve no ar. 

Te olhar era descobrir 

que tudo sempre esteve no lugar certo, 

mesmo quando eu não sabia ver.

 

O tempo, este amante discreto, 

não apressou nem adiou 

o que já era destino. 

Cada instante contigo 

era uma música sem fim, 

onde os silêncios entre as notas 

diziam mais do que as melodias.

 

Nos tornamos um, 

não por força, mas por entrega. 

E eu, agora, sem o peso da dúvida, 

sei que o que construímos é verdade: 

não somos apenas palavras, 

somos a vida em seu esplendor, 

o amor em sua plenitude.

 

E ao olhar para você agora, 

sei que nossas almas foram desenhadas juntas, 

que aquele primeiro olhar 

não foi acaso, 

mas o chamado da vida, 

entregando-me o privilégio de ser seu. 

De ser o escolhido 

para viver ao seu lado, 

na eternidade do instante.

  • Autor: Sezar Kosta (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de fevereiro de 2025 10:44
  • Comentário do autor sobre o poema: Às vezes, a vida nos coloca em momentos tão serenos e tranquilos que parece que o destino, disfarçado de coincidência, resolveu nos dar um empurrãozinho. O poema que você acaba de ler veio de um desses momentos, quando os encontros acontecem sem pressa, como se estivessem escritos nas estrelas. A amizade surgiu quase como um terreno fértil, onde o amor cresceu devagar, sem pressa. O medo apareceu, claro, como aquele visitante indesejado, mas não conseguiu apagar o que estava florescendo entre nós. O sorriso que recebi foi como uma chave, abrindo as portas de um sentimento mais profundo, mais verdadeiro. Se você tiver algum pensamento sobre essa história, compartilhe nos comentários! Adoraria saber o que você achou dessa viagem por dentro de um amor tranquilo e forte.
  • Categoria: Não classificado
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