Noites turvas, incêndio de instantes,
chamas vivas que devoram minha razão.
Um turbilhão de sentimentos vibrantes,
ardendo em brasa no peito em combustão.
Cicatrizes se abrem, feridas em chamas,
marcas de um tempo que já se perdeu.
Mas como calar o que em mim se derrama,
se a emoção outra vez me venceu?
Não há mais volta, me deixo envolver,
sou presa fácil do doce querer,
refém da febre que a paixão me traz.
Do outono sombrio que secou meu viver,
hoje sou chama, renasço a arder,
e esse fogo me consome de forma tão voraz.
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Autor:
Volt Poético (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 16 de fevereiro de 2025 03:24
- Comentário do autor sobre o poema: "Noites Turvas" é um poema que traduz a intensidade arrebatadora de uma paixão que queima e consome. Desde o primeiro verso, eu quis trazer essa ideia de um incêndio de sentimentos, algo que toma conta sem aviso, sem controle. As imagens do fogo e das chamas são metáforas para esse desejo que ultrapassa a razão, que domina e deixa marcas. As cicatrizes aparecem como lembranças de dores passadas, mas, ao mesmo tempo, há essa rendição inevitável à emoção. Eu quis mostrar esse conflito entre o medo de reviver antigas feridas e a impossibilidade de resistir ao que pulsa forte dentro de mim. É um embate entre o passado e o presente, entre a lógica e a entrega. A última estrofe é a virada. Se antes havia um tom mais sombrio, de um outono seco e frio, agora vem a transformação: renascer no fogo da paixão. Aqui, a entrega é total, sem medo, sem resistência. É um poema sobre deixar-se consumir pelo sentimento, sobre permitir que a vida reacenda aquilo que parecia apagado. "Noites Turvas" é sobre essa dualidade entre dor e desejo, entre sombras e luz, entre o que já se foi e o que ainda pode ser vivido. Porque, no fim, mesmo conscientes das cicatrizes, a gente sempre acaba se jogando no que nos faz sentir vivos.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 17
- Usuários favoritos deste poema: Fabricio Zigante
Offline)
Comentários1
Você faz uma acurada auto análise desse teu momento de " recaída" e tem coragem de ceder mesmo vindo a sofrer de novo. Pelo menos você não está " anestesiada" e isso, faz bem e já é princípio da cura! Belas palavras!
Muito obrigado, Maria Dorta.
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