Emanoel Tiago

Noites turvas

Noites turvas, incêndio de instantes,

chamas vivas que devoram minha razão.

Um turbilhão de sentimentos vibrantes,

ardendo em brasa no peito em combustão.

 

Cicatrizes se abrem, feridas em chamas,

marcas de um tempo que já se perdeu.

Mas como calar o que em mim se derrama,

se a emoção outra vez me venceu?

 

Não há mais volta, me deixo envolver,

sou presa fácil do doce querer,

refém da febre que a paixão me traz.

 

Do outono sombrio que secou meu viver,

hoje sou chama, renasço a arder,

e esse fogo me consome de forma tão voraz.