A VALSA

Nelson de Medeiros

 

Ainda me lembro da daquela primavera...

Seu corpo lasso, mergulhado entre meus braços,

o meigo encontro dos olhares e dos passos,

tresmudando pro real antiga quimera!

 

Estão vivos em minha mente aqueles traços

que, ornavam o salão qual mimosa aquarela,

adornada, talvez, por artista de outra esfera,

e, cuja lembrança inda deixa os olhos baços!

 

Meu outono da vida chegou apressado

mas, aquela nota de amor inda ressoa

dentro d’alma, agora em tom ameno, mais lento

 

pois, na sombra do tempo, o amor jaz embaçado,

e, o lance, que um dia foi longo, agora ecoa,

como curto compasso sussurrado ao vento!

Comentários +

Comentários2

  • Maria dorta

    Hoje dansei com você essa valsa
    Fui muito ousada pois nunca treinei
    Nem mesmo na minha formatura ousei.
    Mas,com você dansei e voei!
    Que bom voltar a ler poemas desse Rei!

  • Helena Rodrigues

    Meu caríssimo Poeta e amigo,
    Que linda valsa ainda "dança"
    na sua lembrança...
    Quando o amor é verdadeiro, ele acorda connosco e adormece connosco !
    Mesmo não estando mais fisicamente, ele foi, ele é; parte de nós eternamente...
    Tal como você também danço nas minhas memórias, o amor que tão cedo a morte resgatou...
    Parabéns por tão linda poesia

    Saudações poéticas amigo Nelson



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.