O resto que resta do final de uma festa,
dá sinal sinistro do que não presta,
se o intento foi apenas um mudar de rumo.
O peso que pesa quando colocado na mesa,
dá marca da imensa e arriscada proeza,
se o incerto foi, nada mais, que um resumo.
Entre o ir e o chegar havia um perigo constante,
que colocava em dúvida o destino ansiado,
pela repugnância velada ao imigrante.
E assim, com o despropósito no trato ao ser humano,
a verborragia tão desvairada e mesquinha,
encerra-se em decisões estapafúrdias e cheias de engano.
Importa relembrar histórias antigas, quase como um ritual,
de como toda nação foi construída e estruturada,
sendo o migrante, o personagem principal.
E, se as idas e vindas, tem um amargo limite,
o improvável sugere cautela aos anti-migrantes,
pois, talvez, poderão receber o mesmo convite.
E esse tipo que topa o tapa na cara,
enverga sem o medo da surra de vara,
se faz de imponente, sem qualquer regramento.
A sanha que assanha ao redor do tirano,
enche a teia de vagabundos e insanos,
num congregado hediondo e sanguinolento.
A ilegalidade é um prato cheio para o potentado,
que na sua decisão indigesta, vai ao delírio,
tendo o argumento mais escabroso e acanalhado.
Ao atacar o desprovido de segurança sócio-espacial,
não mede, nenhum pouco, as conseqüências,
e considera qualquer imigrante com um ser marginal.
A intolerância é como um fio desencapado,
e não deixa que nada saia do radar da detonação,
fazendo do preconceito um ato brutal e enojado.
Acaba todo o senso de respeito ao semelhante,
investindo numa mentira sádica e vesana,
para se combater e refugar, sem dó, o imigrante.
O gosto que gasta no fim de um qualquer a’gosto,
marca o tempo de um acentuado desgosto,
se o furacão, incessável, não acabar com tudo.
A peça que impeça de não cometer abuso,
deve servir, ser eficaz e de muito bom uso,
para que a migração não se torne um burlesco escudo.
E, para aqueles que aplaudem o desatino,
não se deve esquecer do risco do “dia seguinte”,
pois poderá ser, em breve, o seu provável destino.
E, na esparrela da imbecilidade dita patriótica,
não zangue se, a qualquer momento, sofrer repulsa,
achando que a antipatia é só uma ilusão de ótica.
Saiba que no topo da pirâmide há um grave indicativo,
de que o estrato social é apenas um gráfico,
onde as classes fazem parte do passivo.
E é nesse topo infestado de parasitas degradantes,
que se comete a pior e mais asquerosa atrocidade,
uma perseguição, vexatória e implacável, aos imigrantes.
-
Autor:
Marcelo Veloso (
Offline)
- Publicado: 28 de janeiro de 2025 10:42
- Comentário do autor sobre o poema: Só para refletir - A Migração me remete a uma frase dita por um General (Pompeo), por volta de 70 a.C, e que foi imortalizada pelo escritor português, Fernando Pessoa, qual seja: "“navegar é preciso, viver não é preciso”. A história, bem que poderia ensinar a todos os navegantes não só na/da água mas os nas/das redes sociais, para que entendam a preciosidade da migração no mundo. Acho que vou parar por aqui, para não estender muito e deixar que os traços deste poema (IMIgRAÇÃO) possa contribuir, em algum momento, para que quem defende e até quem não defende os imigrantes, ter um conteúdo para discutir.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.