Novembro

reduzido ao infinito

ando confuso ultimamente

falo da superfície de minha pele

daqui posso ver incógnito o narciso

parece quieto-mudo-meditativo

ele não sabe o que dizer

mas eu sei?

somos irmãos em forma de vida

expectadores atônitos do fluxo temporal

é mais ou menos assim:

a coisa aparece frente a meus olhos e grito

mas grito sem som, por olhos arregalados

assim faz o narciso o tempo todo

escuta-se por intuição ou afinidade

resolvi dar ouvidos esses dias

o sol me bateu na cara e chiou claro

desde então vejo o narciso e o compreendo

calado, só sei refletir seu rosto

ante a eterna mudança invisível de tudo

  • Autor: Novembro (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de Julho de 2020 01:17
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 22
  • Usuário favorito deste poema: IF.

Comentários1

  • IF

    Li e reli, pelo menos seis vezes.
    A tela do laptop apagou, Narciso me olhou, mas continuou mudo.
    De qualquer forma, preciso dizer que me maravilhou Reduzido ao Infinito.
    Muitíssimo obrigada.



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