Em vias de chorar
Não as segure
Há que deixá-las cair
Sem conter o pranto
Em vez de secá-las
Talvez lhe cure
Queira deixá-las fluir
Caso tiveres só
Em teu canto.
Ainda que,
só não esteja
Faça deixar
Que encontrem
Um ombro amigo
Enxugando-as,
Em ligeiro abrigo.
Provocadas por dor
Tristeza, luto, angústia
Entre soluços, atritos
Caindo espremidas
Ainda que venham
Entre cortes ou gritos
Rasos pingos salgados
De amargadas feridas.
Quem não as derrama
Está sob pressão
Envenena-se do teor
Quem as demonstra
Sobra em alegria
Envereda-se em fervor.
Por elas, olhos úmidos
Ou inundados, os dois
Fechados, tristonhos
Vulneráveis, refeitos
Frios, consternados
Hão de tornar-se, pois
Transbordos de rios
Em desejos e sonhos.
- Autor: Fração de Tempo (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 29 de julho de 2020 12:22
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 23
Comentários2
Lavam a alma... Belos versos. Abç
Sim, lavam! Por isso devem ser respeitadas.
Gratidão pelo reconhecimento. abraços
A tua poesia impressiona pela pela linguagem apurada, musicalidade sutil, figuras ricas moldando uma subjetividade simples, o que dá personalidade ao belíssimo poema, mais uma obra prima. Parabéns.
É o que nos emociona, receber adjetivos sinceros e carinhosos como estes.
Muita gratidão pelo reconhecimento. Abraços
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