Já parei de tentar me entender
me cansei de pagar pra ver
quem eu sou e quem eu nunca serei
quem eu fui e quem eu poderei ser
já parei de erguer minhas fronteiras
já me cansei das minhas bandeiras
de me sentir como um refugiado
um pobre exilado sem eira nem beira
já fiquei tanto tempo trancado
me sabotando por todos os lados
entre o meu tempo e o espaço
vendo o mundo aqui debaixo
já parei de cavar trincheiras
já me cansei dessas minhas olheiras
nem sempre sou eu quem faço
cada estardalhaço em minha vida inteira
não é brincadeira cada pedra em meu sapato
cada guerra que eu traço
cada mapa demarcado
minhas tempestades em copos d’água às vezes não matam minha sede
minhas tempestades em copos d’água nem sempre me afogam
meus olhos verdes nem sempre vencem a escuridão das paredes
sei que milhares de vezes quis ver o meu sangue
estranhos prazeres
(Flavio Eduardo Palhari )
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Autor:
Flavio Eduardo Palhari (
Offline)
- Publicado: 17 de janeiro de 2025 07:53
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 34
Comentários4
Um verdadeiro grito de guerra contra a guerrilha interna e externa.
Na minha visão, é um poema de quem tem coisas pendentes a resolver com si próprio.
Lindo e catártico poema. Ainda bem que disso tudo já estás cansado e agora é seguir vida nova,enterrar o passado e fazer um lindo futuro só ou acompanhado! Aplausos!
É um.poema de desabafo no limite de uma grave crise psicológica que certamente precisa de um especialista psicológica ou psiquiatra para aliviar essa tensão.interior tão insana e corrosiva. Procure ajuda, nem que seja de amigos para desabafar. Não brinque com sua psique,!
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