EXILADO

Flavio Eduardo Palhari

 

 

Já parei de tentar me entender

me cansei de pagar pra ver

quem eu sou e quem eu nunca serei

quem eu fui e quem eu poderei ser

já parei de erguer minhas fronteiras

já me cansei das minhas bandeiras

de me sentir como um refugiado

um pobre exilado sem eira nem beira

já fiquei tanto tempo trancado

me sabotando por todos os lados

entre o meu tempo e o espaço

vendo o mundo aqui debaixo

já parei de cavar trincheiras

já me cansei dessas minhas olheiras

nem sempre sou eu quem faço

cada estardalhaço em minha vida inteira

não é brincadeira cada pedra em meu sapato

cada guerra que eu traço

cada mapa demarcado

minhas tempestades em copos d’água às vezes não matam minha sede

minhas tempestades em copos d’água nem sempre me afogam

meus olhos verdes nem sempre vencem a escuridão das paredes

sei que milhares de vezes quis ver o meu sangue

estranhos prazeres

 

(Flavio Eduardo Palhari   )

  • Autor: Flavio Eduardo Palhari (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de janeiro de 2025 07:53
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 34
Comentários +

Comentários4

  • Lucas Guerreiro

    Um verdadeiro grito de guerra contra a guerrilha interna e externa.

  • Vcjp

    Na minha visão, é um poema de quem tem coisas pendentes a resolver com si próprio.

  • Maria dorta

    Lindo e catártico poema. Ainda bem que disso tudo já estás cansado e agora é seguir vida nova,enterrar o passado e fazer um lindo futuro só ou acompanhado! Aplausos!

  • Maria dorta

    É um.poema de desabafo no limite de uma grave crise psicológica que certamente precisa de um especialista psicológica ou psiquiatra para aliviar essa tensão.interior tão insana e corrosiva. Procure ajuda, nem que seja de amigos para desabafar. Não brinque com sua psique,!



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