O Ninho do Dragão

Flavio Eduardo Palhari


Aviso de ausência de Flavio Eduardo Palhari
NO

O NINHO DO DRAGÃO

 

 

 

enterrei meus heróis muito cedo vendendo minha paz cedo demais

comecei a brincar com meu medo

um brinquedo só nunca satisfaz ...

tanto faz sentir à vontade que há tempos me persegue e ainda sinto

ainda ouço mais meus instintos do que foi a minha fé

por mais que o silencio roube meus gritos insisto em gritar

se não consigo me encontrar e nem encontrar a direção

ando em terras tão estranhas e carrego nas entranhas o pão que o diabo amassou

se sou meu amigo ou inimigo ainda me visto do medo de viver

e se me falta a coragem quem sou?

sou oásis, sou deserto, o homem sombra

um martelo, um cristal, o homem bomba

neve ou névoa, sou caverna ou catedral

sou o céu, sou inferno

quaresma e carnaval

sinto e sofro ou sonho e existo

sou minha carne, um imortal

aperto o meu coração com minhas próprias mãos

e a solidão é só um dragão que fez seu ninho em meu peito

sou trovão e chuva fina

sou um livro

ando em círculos tentando me encontrar

ando em círculos tentando me alcançar

ando em círculos tentando me enxergar

ando em círculos por não saber voltar

sou anjo e sou demônio

fraqueza e poder

sou um kamikaze com medo de morrer

sou palhoça e casa mata

fortaleza, burrice e saber

sou mar e sou âncora

sou navio e assombração                                                                                                                                            

sou Às vezes o Deus do Sótão

sou às vezes o diabo do porão

sou o homem tocha, sou o home de gelo

sou o homem pássaro e sou meu pesadelo

minha redenção, sou o homem elástico

sou o homem aranha e sou o homem morcego

sou meu ponto de ignição e a insônia de um furacão

ando em círculos sem querer me encontrar

ando em círculos tentando me apunhalar

ando em círculos querendo me sabotar

ando em círculos tentando não voltar

eu sou libra e injustiça na verdade o senhor destino

um membro da liga no poço de lazaro

 só um ser bizarro com a ferida aberta

eu sou o que nunca cicatriza

o filho, o bastardo procurando Deus em meu sótão

me escondendo no porão com o Diabo    

Flávio Eduardo Palhari                                                                                             

  • Autor: Flavio Eduardo Palhari (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de janeiro de 2025 08:09
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5
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