Vou deixar aquela vida de lado
o corre-corre do passo acelerado
o sentimento de estar sempre atrasado
a insensatez dos afetos descuidados
o respirar afobado dos afogados
os desvaneios frenéticos dos angustiados
o laborar macambúzio dos abandonados
e a sofreguidão desenfreada dos entediados
Vou deixar aquela vida de lado
passar para o outro lado do lado de cá
andar assoviando e olhando os pássaros
sentindo a brisa abafada de um final de tarde
ouvindo o silêncio adormecido do céu
curtindo as sombras generosa das árvores
apalpando o sabor de cada oxigênio respirado
e provando o moer do tempo no interior da carne
Vou deixar aquela vida de lado
e levar dela algumas sobras no interior da memória
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 13 de janeiro de 2025 17:14
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
Comentários1
Gostei muito do seu poema. Ele me cutuca a passar para o outro lado do lado de cá.
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