O LAVRADOR E SUAS SEMENTES
Há encantos impressentidos
Onde a quietude ainda encanta
Lugares esses por nós esquecidos
De sons naturais que males espanta
Os sentimentos, já adormecidos,
Sacodem a razão dos nossos sentidos
Dá paz ao imberbe e ao velho que pranta
Onde a quietude ainda encanta
Lugares esses por nós esquecidos
De sons naturais que males espanta
Os sentimentos, já adormecidos,
Sacodem a razão dos nossos sentidos
Dá paz ao imberbe e ao velho que pranta
Podem estar num casebre de tábuas
Das lamparinas que projetam a luz
Mesmo na noite se o recurso acaba
E pelas frestas o luar nos conduz
Um seresteiro na varanda se gaba
Ajeita o chapéu, rafando a barba
A última moda no violão reproduz
Das lamparinas que projetam a luz
Mesmo na noite se o recurso acaba
E pelas frestas o luar nos conduz
Um seresteiro na varanda se gaba
Ajeita o chapéu, rafando a barba
A última moda no violão reproduz
Canta a canção que a lua lhe inspira
Deixando na face um pranto rolar
Chorando com ele a viola caipira
Sentindo "prazer" de seus dedos roçar
Num de repente, em pausas, respira
Lembra o amor que tão cedo partira
Sem dar-lhes tempo de se perdoar
Deixando na face um pranto rolar
Chorando com ele a viola caipira
Sentindo "prazer" de seus dedos roçar
Num de repente, em pausas, respira
Lembra o amor que tão cedo partira
Sem dar-lhes tempo de se perdoar
Vai se deitar que a madrugada já vem
Um pisco de olhar, e se faz dia claro
O manto da noite se enrolando além
A luz matinal, dá-lhe força e amparo
Dá graça aos céus, donde tudo provém
Da água dos rios aos pastos também
Seu mundo diário quer força e preparo
Um pisco de olhar, e se faz dia claro
O manto da noite se enrolando além
A luz matinal, dá-lhe força e amparo
Dá graça aos céus, donde tudo provém
Da água dos rios aos pastos também
Seu mundo diário quer força e preparo
Enquanto labuta ao sol braçalmente
Frases lhe vem de suor e emoção
Querendo plantar na alma sofrente,
Nas covas profundas do seu coração
Assim como planta no solo a semente
Sob a terra onde jaz a amada silente
No jazigo cavado, ao lado, no chão
Frases lhe vem de suor e emoção
Querendo plantar na alma sofrente,
Nas covas profundas do seu coração
Assim como planta no solo a semente
Sob a terra onde jaz a amada silente
No jazigo cavado, ao lado, no chão
É tudo que pode e leva com as flores
São verdes lençóis que'le mesmo plantou
Deita na terra sementes de amores
Que brotam em torno de quem descansou
Somente aos céus ele pede favores
À São Isidoro, Santo dos Lavradores:
Que guarde na arada quem tanto amou
(elfrans silva)
São verdes lençóis que'le mesmo plantou
Deita na terra sementes de amores
Que brotam em torno de quem descansou
Somente aos céus ele pede favores
À São Isidoro, Santo dos Lavradores:
Que guarde na arada quem tanto amou
(elfrans silva)
- Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 12 de janeiro de 2025 22:09
- Categoria: Triste
- Visualizações: 8
Comentários1
Um comovente bucólico poema.
A poesia é sua amiga e vice-versa, meu prezado Elfrans.
Que tenha esta semana a contento.
Forte abraço.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.