Amado, não aches tu,
Não aches tu, que homem se torna fantástico,
Quando acorda deste pesadelo,
Deste pesadelo selvático.
Aquele que acordar, acorda dentro de si;
Fora dele nada acontece, pois o mundo é um carcaça.
O que está morto está não mexe,
O que o tenta mover cai na desgraça.
Dentro de ti reside o universo,
Reside Aquele que o sonhou;
Reside toda a vida e a morte,
Daquele que um dia o primeiro Verbo entoou.
Amado, não aches tu que cuspirás fogo pela boca;
Não aches que falarás com os que já partiram;
Acredita sim, que verás os mortos do mundo,
Nos olhos daqueles que vivos caminham.
Verás que o mundo são peças vazias,
Peças que formam ilusões.
Nada é real neste espaço a que chamas universo,
Nada é real, além daquilo que existe nos corações.
Ergue em ti a força, amado meu!
A luta nunca acaba, a luta não termina;
Não és derrotado nem derrotas,
O desejo que te domina.
Acordar não é fugir,
Fugir não é acordar.
No dia que fizeres dos dois um,
Nesse dia vais morrer para te poderes levantar.
Não creias nos exageros
Que escreveram, sobre aqueles que acordaram antes de ti, ó amado.
O exagero leva à desilusão,
O exagero afasta o neófito do caminho que o torna iluminado.
Todos somos humanos,
E seremos até ao dia final.
Até lá seremos carne,
Cujo interior é o verdadeiro Espírito fenomenal.
A explosão é dentro,
De dentro para fora.
Aquele que descobriu o mundo,
Descobriu que não existe ontem, amanhã ou agora.
- Autor: Paulo de Tarshish ( Offline)
- Publicado: 12 de janeiro de 2025 16:42
- Categoria: Espiritual
- Visualizações: 6
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