Não creias, ó amado

Paulo de Tarshish


Aviso de ausência de Paulo de Tarshish
NO

Amado, não aches tu, 

Não aches tu, que homem se torna fantástico, 

Quando acorda deste pesadelo, 

Deste pesadelo selvático.  

 

Aquele que acordar, acorda dentro de si;

Fora dele nada acontece, pois o mundo é um carcaça. 

O que está morto está não mexe,

O que o tenta mover cai na desgraça.

 

Dentro de ti reside o universo,

Reside Aquele que o sonhou;

Reside toda a vida e a morte,

Daquele que um dia o primeiro Verbo entoou.

 

Amado, não aches tu que cuspirás fogo pela boca;

Não aches que falarás com os que já partiram;

Acredita sim, que verás os mortos do mundo,

Nos olhos daqueles que vivos caminham.

 

Verás que o mundo são peças vazias,

Peças que formam ilusões.

Nada é real neste espaço a que chamas universo,

Nada é real, além daquilo que existe nos corações.

 

Ergue em ti a força, amado meu!

A luta nunca acaba, a luta não termina;

Não és derrotado nem derrotas,

O desejo que te domina.

 

Acordar não é fugir,

Fugir não é acordar.

No dia que fizeres dos dois um,

Nesse dia vais morrer para te poderes levantar.

 

Não creias nos exageros

Que escreveram, sobre aqueles que acordaram antes de ti, ó amado.

O exagero leva à desilusão, 

O exagero afasta o neófito do caminho que o torna iluminado.

 

Todos somos humanos,

E seremos até ao dia final.

Até lá seremos carne,

Cujo interior é o verdadeiro Espírito fenomenal.

 

A explosão é dentro,

De dentro para fora.

Aquele que descobriu o mundo,

Descobriu que não existe ontem, amanhã ou agora.

  • Autor: Paulo de Tarshish (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de janeiro de 2025 16:42
  • Categoria: Espiritual
  • Visualizações: 6


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