O amor não é um som que ecoa,
mas o silêncio que preenche os vazios.
Ele dança nas frestas do tempo,
como luz que acaricia a água
sem jamais se molhar.
Não há forma que o defina,
nem nome que o aprisione.
O amor escapa como o vento,
tocando sem deixar marcas na pele,
mas abrindo caminhos no coração.
Ele é o perfume de uma manhã que nunca volta,
o gosto agridoce da saudade
que repousa na ponta da língua.
É o arrepio que nasce no toque,
mas também o vazio que grita
quando o toque não vem.
Nos gestos mais simples, ele se revela:
no café esquecido sobre a mesa,
no riso entrecortado pela dor,
no abraço que pede perdão
sem sequer precisar de palavras.
Mas o amor também tem seu peso,
como o vento que balança as árvores.
Ele pode ser brisa,
mas às vezes é tempestade,
arrancando galhos inteiros
e deixando cicatrizes.
Ainda assim, ele retorna,
como a água que lava,
o fogo que aquece,
o céu que acolhe.
O amor não é uma linha reta,
mas um rio que se perde no infinito,
sem pressa, sem destino.
Ele não é imensurável porque não tenha fim,
mas porque transcende o tempo:
é começo e fim,
semente e fruto.
O amor é a única força
que existe sem ser vista,
que toca sem tocar,
e que deixa marcas
onde jamais houve vestígios.
Ele não vive no que é dito,
mas no que se sente,
no que transforma,
no que permanece.
- Autor: Sezar Kosta ( Offline)
- Publicado: 11 de janeiro de 2025 09:44
- Comentário do autor sobre o poema: Oi, pessoal! Sabe, às vezes fico pensando sobre o amor, e ele me parece mais com um “invisível” que com qualquer outra coisa. A gente busca definições, tenta dar nome, mas ele sempre escapa, como o vento que passa e não deixa marca. E é exatamente esse mistério que me inspira! Acho que o amor mora nas coisas simples, naquilo que não se vê, mas se sente – no café esquecido, no toque que não vem, no abraço que diz tudo sem uma palavra. Se você se encontrou de alguma forma nesse pensamento, adoraria saber sua opinião! Deixe seu comentário aí, e vamos trocar ideias sobre esse tal amor invisível!
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários1
SERGOIO NEVES - ...meu conterrâneo amigo...,...vieste pra versar sobre invisibilidades do amor e o que fizeste foi escancarar aqui todas as suas concretudes, isso sim! ...não deixaste "pedra sobre pedra"! ...conseguiste em forma de poesia materializar as imaginadas invisibilidades desse sentimento...,...ou seja, tu, com toda a tua sensibilidade, avivou-o além da sua só perceptividade...,...é o amor "saindo pelos poros" nesse teu escrito! // ...tudo pra lá de muito bonito! /// Abçs.
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