O ponto G e o poeta.

A chilena Isabel Allende

 De quem sou fã e leitor

 Criou celeuma ao dizer

 Que não estava abaixo do umbigo

 Ouça bem, meu carro Rodrigo

 E estava sim no ouvido

 Da mulher o tal ponto G !

 Aí passei a entender

 Porque a Elizabeth

 A mais bela do Liceu

 Se apaixonou pelo Amadeu

 A quem a natureza não deu

 Beleza que se fizesse notar

 Agora passo a compreender

 Porque tanto Amadeu cochichava

 Nos ouvidos da Elizabeth

 Que delirava ,se encantava

 E com  os olhos expressava

 Gestos de puro prazer

 Os ombros dela encolhiam

 Suas pálpebras desciam

 Um largo sorriso ela abria

 E parecia acordada sonhar

 Amadeu, o poeta orelhudo

 Na verdade estava com tudo

 Pois tudo o que ele escrevia

 E nos ouvidos da Beth caía

 O amor nela acendia

 E ela de ouvi-lo não se cansava

 Seu corpo se arrepiava

 Ao ouvir o poeta Amadeu

 E aqui termino estas linhas

 Lembrando o dito do sábio profeta

 Que mais vale ser feio e poeta

 Do que ser belo e não se fazer amar

 Como bem fazia o poeta Amadeu !