Meu mais amado (des)conhecido

Letícia Marques

Hoje eu vi um desconhecido.
Mas eu sabia qual roupa ele gosta de vestir
Ou das piadas que faz ele rir.

Ele estava de fone,
E mesmo sem ele mostrar nada,
E eu sabia qual a música que tocava.

Sabia sua cor favorita,
E lembrei, de todas as suas palavras que não precisaram ser ditas.
Sabia que seus olhos mudam de cor com seu humor,
Que ficavam claros sempre que o chamava de amor.
Eu sabia, de onde ele estava voltando,
E onde ele trabalha
E meu coração ardeu em dor:
Como fogo em palha.

Pensei em te chamar, te cumprimentar:
Dizer um ''oi'' um ''olá''.
Foi quando eu percebi, que eu encontrei o seu olhar.
Mesmo por alguns segundos pude perceber,
Aqueles olhos me encaravam, mas eles não eram você.

De repente, todas as nossas memórias juntos veio em minha mente,
Rápido e sem aviso, como uma enchente:
Seu humor esquisito,
O nosso propósito,
Seu apelido carinhoso: bicudinho,
E como só eu podia mexer, naqueles seus cachinhos.
Sua risada escandalosa,
Seu hiperfoco na bíblia,
Seu medo de se magoar,
E todas as suas anomalias.

Mesmo assim, eu senti amor.
Seria possível amar um desconhecido?
Acho que não, isso só causa dor.
(Ainda assim, não me arrependo de tê-lo conhecido)
Mas, por ser um desconhecido, não existe rancor,
Mas não pude evitar, de sentir um amargor.

Desviei o meu olhar, e decidi nada falar.
É melhor assim,
É estranho, um desconhecido cumprimentar.

Letícia Marques.

10102024

  • Autor: LadyBlack (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de janeiro de 2025 13:03
  • Comentário do autor sobre o poema: Ele já leu esse poema, sabe que é pra ele, e simplesmente ignora, acho que isso é coisa de desconhecido... Né?
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 8


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