Sagrado templo solitário
Onde destilo minha dor
Num ancestral rito imaginário
A silenciosa liturgia do Necroamor!
Tua pálida tez fica linda
Emoldurada por teus fios dourados
Tua boca vermelha me convida
A desfrutar do teu corpo gelado
De qual fissura da alma escapa
A difusa lembrança que guardo
Da doce e jovial confiança inata
Que sempre o futuro conjugava.
Hoje, resta-me apenas este beijo amargo
Neste obscuro umbral para o nada.
- Autor: Marcelo E. Oliveira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de dezembro de 2024 15:16
- Comentário do autor sobre o poema: Um ritual de passagem, cujo objetivo é destilar a dor através da Arte, ancorado na imaginação a criar um rito pessoal. Um rito que encara a perda para superá-la (necroamor). Que encara o nada para superá-lo. Entra-se num túnel com a certeza da saída...sem medo!
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários1
Sai do templo, cara. Ainda resta essa opção. Venerar a morte, olhar para a morte, o que seguirá é a morte. Procure a vida, que encontrará a vida.
Grato. Esse poema foi feito para provocar mesmo. Agradeço seu comentário e sua preocupação. Toda pessoa que se volta para a arte, pode ter certeza que está festejando a vida. Algumas vezes precisamos transformar a dor em beleza, e a beleza dentro da tradição literária não está atrelada a coisas luminosas e inocentes necessariamente. Muito grato pelo seu comentário e sua preocupação. Pode ter a certeza que sai do templo!! Se te interessar copia e joga no Gemini que vc terá uma leitura mais profunda do texto. É um ótimo exercício para treinar estilo e estética.
Sério? Eu só tenho visto tristeza na arte seja na música, seja na poesia. São tantos sentimentos ruins que parece que eu sou o único a nadar contra essa maré.
Você está certo! Cultivar idéias e coisas boas é quase obrigação nesses tempos tão sombrios. Colocarei uma bela poesia amanhã para você poder ler. Será assim por respeito e carinho sincero!
Espero ansiosamente!
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