Sagrado templo solitário
Onde destilo minha dor
Num ancestral rito imaginário
A silenciosa liturgia do Necroamor!
Tua pálida tez fica linda
Emoldurada por teus fios dourados
Tua boca vermelha me convida
A desfrutar do teu corpo gelado
De qual fissura da alma escapa
A difusa lembrança que guardo
Da doce e jovial confiança inata
Que sempre o futuro conjugava.
Hoje, resta-me apenas este beijo amargo
Neste obscuro umbral para o nada.