Marcelo Eduardo de Oliveira

Recluso

Sagrado templo solitário

Onde destilo minha dor

Num ancestral rito imaginário

A silenciosa liturgia do Necroamor!

 

Tua pálida tez fica linda

Emoldurada por teus fios dourados

Tua boca vermelha me convida

A desfrutar do teu corpo gelado

 

De qual fissura da alma escapa

A difusa lembrança que guardo

Da doce e jovial confiança inata

 

Que sempre o futuro conjugava.

Hoje, resta-me apenas este beijo amargo

Neste obscuro umbral para o nada.