O Lobo-Guará

Danyel Wolf

Na cédula de duzentos devia ficar,

Pois imortal, somente lá.

Ele sabe se cuidar, sabe se safar,

Mas até quando sobreviverá?

 

Quem protegerá o nosso patrimônio?

Não dele mesmo, mas sim do humano 

Que só lhe deu voz para gritar, 

Seu vocalizar, silenciado. Até quando aguentará?

 

A exploração sem parar, sem se importar

Mata e esconde, destrói seu lar, aos montes.

Para cada nascimento, uma vitória a celebrar.

Para cada morte, um pesar, um enterro de filhotes. 

 

O lobo-guará, aguará, aguaraçu, jaguaperi. Que único é em seu anseio por sua solitude.

Diferente de seus parentes mundo afora, sem variante, semelhante, porém endêmica, a quimera brasileira.

Esguio, elegante, exibe sua crina negra em meio a pelagem vermelha-dourada, alaranjada.

Dieta onívora, com preferência por lobeira, caçador do fruto que dispersa as sementes.

Entre o campo e o suburbano, vagueia, seu espírito inquieto, descanso anseia. 

Até onde suportará o cerrado devastado? Sua quimera resiste, insistente, por nós ameaçado. 

 

  • Autor: Danyel Wolf (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de dezembro de 2024 01:13
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 6
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