Na cédula de duzentos devia ficar,
Pois imortal, somente lá.
Ele sabe se cuidar, sabe se safar,
Mas até quando sobreviverá?
Quem protegerá o nosso patrimônio?
Não dele mesmo, mas sim do humano
Que só lhe deu voz para gritar,
Seu vocalizar, silenciado. Até quando aguentará?
A exploração sem parar, sem se importar
Mata e esconde, destrói seu lar, aos montes.
Para cada nascimento, uma vitória a celebrar.
Para cada morte, um pesar, um enterro de filhotes.
O lobo-guará, aguará, aguaraçu, jaguaperi. Que único é em seu anseio por sua solitude.
Diferente de seus parentes mundo afora, sem variante, semelhante, porém endêmica, a quimera brasileira.
Esguio, elegante, exibe sua crina negra em meio a pelagem vermelha-dourada, alaranjada.
Dieta onívora, com preferência por lobeira, caçador do fruto que dispersa as sementes.
Entre o campo e o suburbano, vagueia, seu espírito inquieto, descanso anseia.
Até onde suportará o cerrado devastado? Sua quimera resiste, insistente, por nós ameaçado.