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Tome agora um chá de impurezas,
Pois a incerteza há de chegar.
Tome um porre, dois porres
Dessa bebida sem par.
Um dia a vida te dá,
Outro dia ela te toma.
A inconsistência do agora
É a certeza que se torna amanhã,
Pois nada poderá mudar
O que aconteceu ontem.
Agora dance comigo
Venha, eu não sou feia,
Sou apenas a morte.
Se deram comigo os príncipes, o clero e a sorte.
Venha, dance comigo
Sou a única certeza que tens nessa vida mórbida.
Agora você dança comigo
Veja, sinta como os passos são limpos, turvos e sombrios.
Este mundo é inútil, supérfluo
Me dá arrepios.
Pegue na minha mão,
Olhe para baixo, olhe para os lados.
Nada se vê, nada se enxerga,
Apenas eu e você.
O abismo nos circunda
E o brilho da vida se finda
Numa noite obscura.
Não, eu não sou feia,
Sou apenas a morte que rodeia
Aqueles sem sorte,
Que permeia a mente pobre,
Que finda o findável norte.
Kairós não pode escapar de mim
Eu, tão belo Lorde
Que na mais discreta ordem
Se vê a dois passos da sorte
E você
Se vê a um passo de mim
Seus olhos, como são atrativos
diga-me
Você não tem nada a perder
Seus lábios querem me dizer algo
Sua mente já me grita,
Seu coração já é meu.
Sim, sua vida já se finda.
Deixe esse mundo
uma geração sem sorte, sem nome, sem dose.
Venha, dance comigo;
Eu sou a morte.
A mesma que acompanha Persefone no seu torpe,
Forte
Aquela que eclode no submundo esnobe,
sem fome, sem porte.
- Autor: Umbra Hera Carvalho ( Offline)
- Publicado: 10 de dezembro de 2024 23:08
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
- Usuários favoritos deste poema: Umbra Hera Carvalho, [email protected]
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