A esfinge e o Homem

kleisson

Passava um homem pela estrada que dava a algum lugar

E eis que viu uma grande fera como um leão

patas de águia e cabeça humana

olhos incisivos como dos mais rigorosos juízes

Ela o chamou para seu terror

 

Ei homem aonde estais a ir?

Vou aonde tenho de ir

Vou aonde é de meu destino 

Qual tua curiosidade?

Esta estrada está sobre meu domínio

Sou senhora dessa terra e aqui quem passa e por mim não é aprovada há de morrer

Não sou desrespeitoso senhora

Apenas quero passar e não lhe afrontar

Então já que queres atravessar minha terras proponho a ti meras perguntas

O que queres criatura bestial?

Dou-te uma chance, se conseguir me agradar passarás

Se falhar morrerás

Aceito oh! ser superior a minha condição mortal

Quem foi ontem atual e hoje já não existe mais?

Creio que seja o passado

 

Tivestes sorte homem

Mas faltam-te duas perguntas

e então responda-me

Quem fui eu que antes em mim havia muita água e hoje o sol me queima?

Creio que seja o deserto

Admito que és muito astuto ser mortal

 

Quem é rude em sua ganância e por sua vaidade perdeu tudo por seus interesses e como exemplo 

de mal costume arruinou aos seus?

 

O homem ficou calado e não respondeu

A esfinge o olhou e o disse que ele sabia a resposta

e que ele preferia a morte a admitir sua vergonha e o falou

 

preferes a morte ser imundo ao admitir teus erros

Pois partas e segue teu caminho

Pois de ti tenho nojo

tua ganância é maior que tua vontade de viver

 

És vergonhosamente um ser vivo que perambula pelo mundo para satisfazer tua vaidade

pois desde de já digo-te que estais morto

pois de ti o mundo tirou o valor

 

O homem partiu descendo a estrada e se foi

A esfinge o viu ir embora e se deitou

rosnou e disse a si mesma

que preferia ingerir grama a comer carne putrefata

estragada pela ambição 

O homem foi descendo a estrada rumo a uma mina de ouro

 E na entrada havia uma placa que dizia

Aqui vem os tolos

Que por suas necessidades mundanas abraçam o brilho do ouro

Mas pouco se importam com a ferrugem de sua alma

Coitados sois pobres homens.  

 

  • Autor: kleisson (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de novembro de 2024 01:19
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 3


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