Se eu não retornar, é possível que eu tenha me perdido em um abismo silencioso, onde a luz parece não alcança. Às vezes, a ausência é a única forma de escapar do peso do mundo.
Nós e o que Restou...
Eu pensei que fosse diferente, que ia durar,
Que juntos, os dias seriam feitos pra brilhar,
Lembranças boas, risadas e momentos à toa,
Mas aos poucos, o tempo foi levando a nossa coroa.
Lembro de você perto, com o sorriso no olhar,
Fazendo o mundo parecer mais fácil de encarar,
Nos pequenos gestos, tudo parecia perfeito,
Era como se o amor fosse o nosso único jeito.
Mas algo foi se perdendo sem eu perceber,
Aos poucos, a alegria foi deixando de ser,
E no lugar dos risos, veio o silêncio frio,
Aquele calor que antes existia, agora parecia um vazio.
Lembro de quando você segurava a minha mão,
De quando as palavras saíam do coração,
E tudo parecia certo, sem medo de errar,
Mas de repente, as coisas começaram a desmoronar.
Eu dei o meu melhor, queria ser o seu refúgio,
Mas me vi em um espaço onde já não tinha mais abrigo,
Onde o que antes era simples, virou difícil de alcançar,
E me perguntei, em silêncio, o que tinha feito para mudar.
Eu me peguei tentando encontrar o que perdemos,
Revivendo os bons momentos, mas já não entendemos,
Quando é que a gente se perdeu no meio do caminho?
Quando a gente virou apenas dois estranhos, sem destino?
Eu só queria que o que restou fosse verdadeiro,
Que os bons momentos ainda fossem o nosso [(Janeiro)]
Mas percebi, sem querer, que as promessas se foram,
E o que era forte virou apenas o que ficou, o que sobrou, sem ou com desaforo.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.