+ Raiva e Ruínas +

truelucas


Aviso de ausência de truelucas
Se eu não retornar, é possível que eu tenha me perdido em um abismo silencioso, onde a luz parece não alcança. Às vezes, a ausência é a única forma de escapar do peso do mundo.

+ Raiva e Ruinas +

 

As chamas se erguem, lambendo os ossos,

cobrindo o mundo em cinza e destroços.

A terra grita, ferida e rasgada,

enquanto o céu se fecha em nada.

 

Vozes ecoam, mas morrem no vento,

sombras rastejam, cuspindo tormento.

Nada se move, nada respira,

somente o ódio, que nunca expira.

 

Mãos calejadas, marcadas por fogo,

unhas cravadas na pele do outro.

Gritos dilaceram a noite impura,

um hino de fúria, de dor e loucura.

 

Correntes quebram, o aço retine,

cada ferida um nome define.

Ninguém escapa, ninguém se esconde,

tudo apodrece, tudo responde.

 

O tempo engole, o tempo mastiga,

transforma em pó qualquer tentativa.

Esperança é um riso, uma piada sem graça,

que se desfaz na poeira da caça.

 

E quando a última chama apagar,

quando o sangue enfim secar,

não restará nada além do rancor,

vagando sozinho, sem cor, sem calor.

 

 

  • Autor: lucs (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de novembro de 2024 03:33
  • Comentário do autor sobre o poema: Odiando—Escrevendo —Entristecendo.
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 6
  • Usuários favoritos deste poema: truelucas


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.