O Último Tic do Relógio

victoremmanuel


Aviso de ausência de victoremmanuel
NO

Uma gota d'água pingava a cada três segundos,

Enquanto, bem vestido, aguardava, silente, uma presença inestimável.

As nuvens cobriam o sol e escondiam minhas inseguranças,

Mas sabiam que o segredo que guardo nem elas poderiam ocultar.

 

Tic, tac, tic... O relógio, com sua voz fria, ecoava.

Eu, com o rosto tingido de suor, umedecia os lábios,

A chegada era iminente; a paz, apenas um vislumbre fugaz.

E o medo de encarar tua indiferença me consumia em silêncio.

 

Levantei-me, e ao encontrar teus olhos, minhas defesas se desmancharam.

Tentei silenciar os ecos da mente, que bailavam como dançarinas inquietas.

No fundo do peito, onde a verdade repousa, deixei transbordar meus desejos.

Por fora, os lábios tremiam, mas a singela tenacidade me mantinha de pé.

 

Aproximei-me de ti; nossos olhares se cruzaram.

Quando o relógio marcou o último tic, murmurei,

Com o peito sufocado e o coração desnudo:

Eu te amo. Por favor, fique comigo; não me deixe perdido no vazio.

 

 

 

 

 

 

  • Autor: victoremmanuel (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de novembro de 2024 17:25
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6


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