Uma gota d\'água pingava a cada três segundos,
Enquanto, bem vestido, aguardava, silente, uma presença inestimável.
As nuvens cobriam o sol e escondiam minhas inseguranças,
Mas sabiam que o segredo que guardo nem elas poderiam ocultar.
Tic, tac, tic... O relógio, com sua voz fria, ecoava.
Eu, com o rosto tingido de suor, umedecia os lábios,
A chegada era iminente; a paz, apenas um vislumbre fugaz.
E o medo de encarar tua indiferença me consumia em silêncio.
Levantei-me, e ao encontrar teus olhos, minhas defesas se desmancharam.
Tentei silenciar os ecos da mente, que bailavam como dançarinas inquietas.
No fundo do peito, onde a verdade repousa, deixei transbordar meus desejos.
Por fora, os lábios tremiam, mas a singela tenacidade me mantinha de pé.
Aproximei-me de ti; nossos olhares se cruzaram.
Quando o relógio marcou o último tic, murmurei,
Com o peito sufocado e o coração desnudo:
Eu te amo. Por favor, fique comigo; não me deixe perdido no vazio.