Há uma linguagem que não se aprende,
não se ensina,
apenas se revela,
como a brisa que desliza na pele.
Você já sentiu a força de um silêncio dividido?
É um instante raro, quase mágico,
onde cada palavra se curva
diante do que só o olhar traduz.
O vazio entre as frases, então,
se torna o som de uma presença viva,
um eco feito de quietude.
Nessa conexão etérea,
dois corações se despem das superfícies,
ouvindo aquilo que reside
sob camadas de orgulho e solidão.
Quando você encontra alguém
que decifra esse murmúrio invisível,
algo desperta, como a luz de uma vela
que dança suave na escuridão,
sem ousar perturbar o seu redor.
Ali, na entrega sem pressa,
gestos simples se tornam carícias;
o toque de um olhar,
o abraço de uma pausa.
Na ausência de vozes, floresce
um entendimento que não se diz,
um laço profundo,
tecido do que permanece não dito.
É assim que a intimidade se revela,
na dança sem pressa dos olhos,
onde o silêncio se ergue como ponte
e, do outro lado,
encontramos alguém disposto
a simplesmente ser.
Há algo de antigo nessa troca,
um saber ancestral que murmura
que, por vezes, basta estar,
sem o peso das explicações.
Ao lado de quem entende essa quietude,
o silêncio é abrigo e verdade,
onde o essencial encontra seu reflexo,
e o coração que escuta, finalmente,
é o mesmo que compreende,
o que é amor, amizade, refúgio.
Porque, afinal, as palavras são rastros,
mas o silêncio é a raiz,
onde se cultiva o que é eterno.
- Autor: Sezar Kosta ( Offline)
- Publicado: 15 de novembro de 2024 06:17
- Comentário do autor sobre o poema: Você já reparou que, às vezes, o silêncio fala uma língua que as palavras não conseguem traduzir? A inspiração para A Essência do Silêncio veio de momentos assim: aqueles instantes em que basta um olhar, uma pausa, e pronto, você está em uma conversa profunda sem dizer uma só palavra. Fico pensando como o silêncio é um bom amigo: não interrompe, não se apressa, só está lá, no jeito dele, revelando mais do que qualquer frase. Agora me conta, o que o silêncio já revelou pra você? Deixa aqui nos comentários!
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários1
Adorei o poema, essa parte do: // murmúrio invisível, algo desperta, como a luz de uma vela, que dança suave na escuridão, // reflete muito a ligação do silencio a escuridão, pois no escuro não conseguimos ver, assim como no silencio na maior parte das vezes não é possivel perceber
Há uma linguagem que não se ensina e nem se aprende; ela simplesmente acontece. Você já experimentou a força de um silêncio compartilhado? É como se, por um instante, palavras se tornassem desnecessárias, e tudo o que você precisa dizer se expressasse em um simples olhar, em uma pausa, em uma presença que ocupa o espaço sem um único som.
Essa conexão é rara – uma troca sutil, quase mágica, entre dois corações que sabem ouvir mais do que a superfície. Quando você encontra alguém que entende essa comunicação invisível, algo se acende, como o brilho de uma vela na escuridão, que ilumina sem perturbar a paz ao redor. É uma troca sem pressa, que dispensa as frases ensaiadas e encontra valor nos pequenos gestos. Você sente que, mesmo na ausência de palavras, há um entendimento mudo, um elo profundo, construído com o que não é dito.
Ah, como é bom saber que o silêncio encontrou uma companhia tão boa como a sua! Obrigado por estar nessa conversa de quietude e palavras que faltam. Que os silêncios da sua vida continuem cheios de bons ecos!
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