Agora que todos estão mortos
apenas eu me lembro do menino
No cemitério mal-assombrado
em que se tornou minha infância
fantasmas teimam em não morrer
Na fantasmagoria dos anos inocentes
bailam espectros remotos de gente
aprisionados no fundo escuro de mim
De tudo aquilo que um dia vi
não sabia eu que desapareceria
como assim se foram meus brinquedos
neus tios
Miné
o cachorro Rex
a filha zambeta do zelador
os álbuns de selos
o par de sapatos tamanho 32
a fantasia de Bat Masterson
meus pais
e eu mesmo entre eles vivendo
Se a infância de mim se foi
apenas restou a casa da minha avó
mas ela hoje está oca por dentro
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 8 de novembro de 2024 18:36
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.