foi um pássaro que pousou no arame da cerca
carregando em seu peito o arrebol duma tarde
e gorjeou, e encantou os corações dos hibiscos
que se lançaram, dançando, aos pares no chão
e feito sangue, dali correram os veios da terra
abrindo todos os caminhos tingidos de quente
onde seguiam belas tanajuras exaustas em fila
expostos, carne dilacerada, o que fere e a cura
e as aventuras com traços de cereja, gostosura
entre a ferrugem que muda o velho em suspiro
e o tom da cor que arde, e que acende o desejo
e por ali andava em destaque o seu alvo sorriso
tal fosse broche no vestido de festa da sua boca
longo, vermelho e tão cativantemente decotado
que na ausência de esforço exibia úmida língua
na fenda se remexendo pra dizer um eu te amo
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 07/11/24 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 7 de novembro de 2024 13:48
- Categoria: Amor
- Visualizações: 3
- Usuários favoritos deste poema: Antonio Luiz
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.