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Lá fora tristemente o cão ladrava
Uma cigarra começou a estridular.
As árvores pareciam sonolentas,
diante desta claridade reverberante.
Nos confundimos entre despudores,
nestas sofreguidões, nestes êxtases e avidez.
Um frenesi perpassou nossos corpos,
mergulhando-nos em armadilhas e tremores.
Imersos em grandes sonhos, sonhamos mais.
Desfez-se a tarde em ferozes impulsos.
Um rubor abrasando teu corpo entre suores,
provocando-me doces arrepios espaçados.
Lá fora a noite chegava mansa, imprudente.
A lua anunciava-se ao longe numa luz preguiçosa.
Era um equilíbrio precário entre reminiscências,
entre despudores e desejos íntimos, arrebatadores.
Agora esse aconchego e esse grande encanto,
esses afagos cheios de doçuras e súplicas desmedidas.
Ora beijos ardentes, ora beijos tímidos, tantos beijos,
nessa madrugada que amanhecia lentamente entre afagos...
Amantes sequiosos, entregávamos as impaciências,
entre ardores dos beijos e o abandono das respirações,
entre os sussurrantes ventos e a placidez desse cansaço.
Lá fora, um cão ladrava, anunciando um dia reverberante!
- Autor: JTNery (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 30 de outubro de 2024 16:23
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 9
Comentários2
Deslumbrante poesia. Li de coração.
bom dia. obrigado pela leitura. abraços
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