Triste cena que vejo
nesta sala imensa e fria.
Corpos inconscientes
ligados por cabos,
sobrevivendo por aparelhos...
Seres completamente alheios
ao que se passa neste mundo.
Não falam, não escutam, não veem.
Pouco se mexem.
Angustio-me ao pensar na hora em que despertarem.
Quantos momentos perdidos...
Questiono-me se terão noção do tempo que passou;
Se entenderão que suas mentes
viajavam em uma abstração irreal
ou permanecerão acreditando no que viam enquanto estavam amortecidos.
Talvez nunca acordem.
Estão apenas aguardando a luz brilhante à frente se apagar.
E, então, morrerão de vez...
Porque acabou a bateria do celular.
- Autor: Manoela ( Offline)
- Publicado: 20 de julho de 2020 17:20
- Comentário do autor sobre o poema: Poema escrito durante um tempo de espera na sala de embarque de um aeroporto...
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 33
Comentários3
As pessoas são refens queridas da modernidade!
Muito tecnologia, horas a mais no celular e pouco dialogo humano!
Muito bom seu poema
Parabéns poetisa !
Abraço
Gostei... poema bem realista.
Saudade de ler você, Manu!
Belo poema, com um toque de Platão em seu Mito da Caverna.
Eu teria batixado o poema de, caverna ,ou de, espelho negro.
Adorei
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