RENÚNCIA
Por que tanto amor?
Perguntei esta manhã à natureza
que amanheceu coberta de tristeza,
vertendo lágrimas de uma dor quase incontida...
De onde vem tanta dor?
Ela me respondeu num sussurro entristecido:
- Vem de longe, de um mundo atrás já vivido
e que ousaste buscar nesta vida...
Mas, que estranho amor é este, sem fim?
Perguntei à tarde silente e serena
que morria no fim do céu, lânguida e amena,
matizando de vermelho o horizonte...
Desde quando habita em mim?
-Desde o primeiro entardecer no mundo
quando juntos, em êxtase profundo,
dois corações se separaram num instante...
E por que a tudo resiste?
Indaguei da noite resplendente
que derramava seu luar resplandecente
Sobre minh'alma presa em desventura.
De onde vem esta saudade triste?
Disse-me a noite de prata engalanada:
-Almas gêmeas que se perdem na estrada,
ficam escravas deste amor triste e profundo.
Pra se encontrarem um dia novamente,
hão que nascer e renascer diuturnamente
com muita renúncia no mundo!
- Autor: Nelson de Medeiros ( Offline)
- Publicado: 2 de abril de 2020 08:15
- Comentário do autor sobre o poema: Poema composto em 1998, premiado num concurso de poesias da ACL-ES. Teve como inspiração uma paixão juvenil por uma linda mulher, então 15 anos mais velha que o poeta.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 38
Comentários1
Lembro-me do relato de um jovem que tinha passado por essa mesma experiência. Na altura quem o amava ficou tão magoada com a sua confidencia que a partir daí a relação nunca mais foi a mesma. Moral da história: nunca perguntes por amores do passado.
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