Veste de alva a manhã este canteiro,
Ao cantochão dos sinos do passado,
Eis-me aqui, um eterno caminheiro,
Na torre erma do meu sonho enevoado.
Uma tristeza fez-me prisioneiro,
Vagando há tempos neste povoado...
Queres enterrá-lo na alma o coveiro
D'agrura que me viste amargurado...
Ainda me seguem as dores friorentas,
Quando as estrelas nascem sobre um lago,
Porque são aves negras e agoirentas...
Uma visão de lírios e de trevos,
Nessas ruínas frias em que vago
Sem lira antiga e solares medievos...
Thiago Rodrigues
- Autor: Thiago R ( Offline)
- Publicado: 8 de outubro de 2024 20:02
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
Comentários1
Lindo soneto revelando o domínio do inspirado poeta, com seus versos acalenta nossas almas de beleza e correção poética. Aplausos de pé,!
Obrigado, Maria, pelas inspiradoras palavras! Desejo-lhe uma boa tarde!
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