Thiago R

Ruínas

Veste de alva a manhã este canteiro,

Ao cantochão dos sinos do passado,

Eis-me aqui, um eterno caminheiro,

Na torre erma do meu sonho enevoado.

 

Uma tristeza fez-me prisioneiro,

Vagando há tempos neste povoado...

Queres enterrá-lo na alma o coveiro 

D\'agrura que me viste amargurado...

 

Ainda me seguem as dores friorentas,

Quando as estrelas nascem sobre um lago,

Porque são aves negras e agoirentas...

 

Uma visão de lírios e de trevos,

Nessas ruínas frias em que vago 

Sem lira antiga e solares medievos...

 

Thiago Rodrigues