As paranoias da minha cabeça deixam Bentinho no chinelo
Como Bala se sentiu vendo Dora em um cometa de rastro amarelo
Um amor inocente, doce e fantasioso como marmelada de marmelo
Dedico este poema não ao verme do meu cadáver, mas ao verme do meu ego
Longe de ti me sinto vencido, sem ódio mas com compaixão
Com meu corpo junto ao teu, as batatas estão em minhas mãos
Teu amor é meu melhor amigo, como Quincas Borba, o cão
Mas nossa relação é improvável tanto quanto a de Sofia e Rubião
O privilégio que tive de sentir teus lábios mais doces que de Iracema
Como Ubirajara por Araci, derrotaria cem guerreiros para tê-la
Como o viril índio Peri guardou Cecília, meu objetivo é protegê-la
Incríveis tramas e romances, perto de ti se tornam tão insignificantes
Sou capaz de ultrapassar Camões com centenas de estrofes marcantes
Cada verso, cada palavra, tentando descrever o quanto és deslumbrante
Como João Cândido fez, lideraria uma revolta pra ser seu por inteiro
Pode-se comparar minha obsessão com fanatismo de Antônio Conselheiro
Uma crise em minha mente tão influente como a Crise do Encilhamento
Lutar contra o meu desejo, seria como Dom Quixote lutou contra moinhos de vento
Tens a força de mulheres condenadas por bruxaria e a bravura de Lampião
Te interpreto de tantas formas, como a George Orwell e sua Revolução
Meu amor por ti é vermelho, vermelho é como arde essa paixão
Meu amor por ti é vermelho, como O Vermelho e o Negro
Ninguém vai denunciar essa relação
Me espanto sempre que te vejo, me espanto com o quão bela és
É um espanto todos os dias como Sexta-Feira teve com Robson Crusoé
Como em Quo Vadis? que Vinícius se apaixonou por Lígia, no reinado de Nero
Meu amor por ti não é algo abstrato, mas sim algo extremamente concreto
Estava destinado a ti antes mesmo de Homero escrever a Odisseia
Nosso amor é infinito, é muito além do tempo, além da civilização, além de Pangeia
Além dos índios moicanos, além do mar mediterrâneo, além da paz e da guerra
Viajar nesse amor seria tão complexo como viajar ao centro da Terra
Mergulhar em teu amor é como navegar em 20.000 léguas submarinas
A ambição de Fogg era a minha quando ele deu a volta ao mundo em 80 dias
Seria fiel a ti mesmo se estivesse em Mil e Uma Noite com dezenas de latifas
Estou perdido te buscando, como Oliver Twist na Inglaterra de 1830
Com a mesma facilidade que Malba Tahan tinha na arte de calcular
Me perco com frequência e nas curvas de seu corpo é onde tento me encontrar
Meu amor, eu tenho pena daquele que tentar nos separar
O caçaria como Ahab caçava Moby Dick no infinito azul do mar
Por ti tento ser melhor, tento melhorar
Me faz questionar minhas ações com gosto
Como em o Médico e o Monstro
Essa linha tênue está difícil de encontrar
Sinto tanto orgulho de ti,
Como Policarpo tinha orgulho em ser brasileiro
Sua língua não é guarani
Mas sinto vontade de aprendê-la o dia inteiro
Me mordo de ciúmes, é verdade isso que falo
Mas é tão chamativa e deslumbrante
Como era mesmo Aurélia Camargo
Não sei como é possível, como José de Alencar o fez
Descreveu também a encantadora Lúcia de maneira tão cortês
O mínimo que posso fazer é descrevê-la, acho que chegou a minha vez
- Autor: carlosziemann ( Offline)
- Publicado: 7 de outubro de 2024 23:16
- Comentário do autor sobre o poema:
- Categoria: Amor
- Visualizações: 17
- Usuários favoritos deste poema: Emily Vitória, Lilian Fátima
Comentários1
Magistral sua inserção da madrugada. Tu, poeta se mostrou tão expressivo e expansivo.
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