Escudo quebrado ao meio

Paulo de Tarshish

Está quebrado o escudo da nação.

Jaz ali rachado ao meio.

Os anjos que o carregam choram!

Jaz ali separado o Escudo que de Deus veio.

 

Os dois anjos que o carregam aguardam,

Aguardam a vinda do seu Senhor.

Quando Ele vier o escudo será restaurado.

Tornado em Um será pelo Redentor.

 

Levantem-se os Portugueses!

De sangue e de alma!

Levantem o Escudo!

A vós pertence a calma!

 

Beatriz a noiva é;

Pelo seu noivo ela espera.

Vestida de branco está;

O noivo veste as peles de uma fera.

 

Antes de casar a noiva se prepara.

A boda para o mundo vai ser,

Todos estão convidados!

A Lua o Sol vai conter.

 

A noiva entra no castelo,

O seu corpo está gelado.

Ela se aquece ao pé da lareira;

Seu corpo ardeu e ficou queimado.

 

O vestido da noiva agora é preto.

Sua pele parece carvão.

Está caída sob o tapete vermelho;

Está parado o seu coração.

 

Tapada é por um manto de terra,

Seu corpo negro não respira.

Enterrada às margens do Rio Tejo;

O noivo chora e suspira.

 

A noite cai sobre a campa abandonada;

Os céus se abrem com luz que cega!

É Hermes deus do Caduceu!

É o guia que ao iniciado eleva.

 

Hermes Mercúrio,

Deus sábio e guia;

Na mão direita de Beatriz agarrou,

Desenterrou a jovem antes do nascer do dia.

 

Cantou Hermes o hino da vida,

A jovem sete vezes pestanejou.

Suas vestes se tornaram brancas novamente!

Ressuscitou Beatriz quando o sol raiou.

 

O noivo correu à campa,

Beatriz o olhou com paixão;

Se abraçaram os dois jovens.

Caia orvalho sob ao chão.

  • Autor: Paulo de Tarshish (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de outubro de 2024 12:52
  • Categoria: Espiritual
  • Visualizações: 6


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