Eu o vi pela última vez.

Minha visão estava turva, uma pressão crescendo atrás dos olhos. Meu coração batia tão forte que as costelas doíam, enquanto as palmas das minhas mãos suavam. Sentia o aperto na minha nuca, bruto e suave, e seu cheiro dominava o ar ao nosso redor, movendo-se lento, intenso.

Olhando para o lado, vi seus punhos firmemente cerrados no colchão, buscando apoio para mergulhar mais fundo na minha alma. Minhas pernas e pés estremeciam cada vez que seu universo se fundia com o meu. Antes, eu me achava uma loba, uma predadora... mas com ele, sou apenas uma ovelha em pele de loba.

Senti meu corpo arder, quase como um apelo silencioso por mais, desejando que o peso dele aumentasse, que a pressão sobre meu peito se intensificasse. O suor criava morada em mim, pois eu sou dele, e ele é meu. Somos um só. Sentia sua respiração pesada, cada esforço refletido no meu ser, e toda a energia masculina invadindo meu íntimo de forma graciosa.

Eu o vi, pela última vez, quando segurou minha cintura e me virou, preenchendo minha corrente sanguínea novamente, como uma explosão de estrelas. Seu universo se derramou em mim, sua poeira interestelar tocando cada parte do meu ser. E assim, naquele momento, eu o vi.

Eu o vi pela última vez.

Vou escrever aqui, vai que você passa para ler.

Com carinho e melancolia,

Apenas Alaska.