Liturgia das Horas

PodeconterPoesia

Às vésperas me levanto, ansiando pela chegada de um novo amanhã, pois o hoje me sinto tardia - um pouco volúpia, um desejo carnal de devorar meus sonhos. 

Quando vejo, já é véspera, e a fome ainda não foi saciada. Há prazeres na vida de uma discrepância enorme: para uns, o desejo não passa de um pequeno fogo se queimando na lareira; para outros... é o lume que invade o Calorífero, na intenção de aquecer o lar que há muito tempo o fogo não invade.

Quando vejo, já é véspera, e a chaminé ainda não foi apagada. Há fogos na vida que, em determinado grau, pode nos causar queimaduras irreparáveis. Para uns, a vontade de se queimar não passa de descuidado; para outros... é o lapso proposital mais faceiro que existe - e que nenhuma hidrosfera poderá apagar. 

Mas, num piscar de olhos, a liturgia das horas ira parar os ponteiros.
E, por fim... as vésperas me deito. 

 

 

 

Comentários +

Comentários2

  • Shmuel

    Muito bom!
    As horas ditam os rituais.

    Abraços,

    • PodeconterPoesia

      Muito obrigado pelo o gentil comentário.

      Abraços.

    • Poesia, Eu Sou iamai

      Bravo!!!!
      Que intenso e faceiro. Tens o dom viu.

      Manda mais!!!

      • PodeconterPoesia

        Muitíssimo obrigado por esse comentário, fico muito feliz em ler isso.

        escreverei outros poemas faceiros em breve. kkk

        Abraços!



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