Observo os segundos passando
levando miúdos pedaços da vida
que ainda pulsa no interior de mim
Os segundos são diminutas moléculas do tempo
que herdei dos meus pais e eles dos meus avós
e a cada segundo em que vivo com o tanto
dos segundos outros que já vi, esqueci e vivi
vou terminando aos poucos a minha história
Se a minha história fosse escrita
na superfície delgada e tênue do tempo
os segundos seriam os espaços em branco
entre as letras dos minutos
que fazem as palavras das horas
que formam as frases dos dias
dos parágrafos dos meses
a compor os capítulos dos anos
E quando meu livro terminar
no branco final do último segundo
nenhum segundo mais haverá de me tirar
a vida que deixou de pulsar no interior de mim
Que me venham os próximos segundos
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 18 de setembro de 2024 09:46
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
- Usuários favoritos deste poema: Nelson de Medeiros
Comentários1
Você é genial, poeta. 1 ab
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