MORREU MESMO?

Ueslei Fatareli

  Dia, você sabia?
Sabia o quê?
Morreu o Orgulho!
Não me diga! Tem certeza?
Morreu ontem!
Ele não estava bem?
Ao contrário, estava ótimo!
Nossa! Agora é só lembrança.
Sim, do jeito de olhar, lembra?
Claro, de cima para baixo sempre.
Dizem que foi morte súbita.
É, para morrer basta estar vivo.
Sabe onde ele estava quando morreu?
Imagino que em seu pedestal de ouro.
Dia, nem podia ser diferente, não é?
Verdade! E aí? Como foi o funeral?
Nem o coveiro nem as carpideiras foram.
É mesmo? Quem cuidou do cadáver?
Os costumeiros abutres de plantão.
Não me diga?
Sim! Dizem que foi o que aconteceu.
E aí? Teve mais notícias?
Só soube uma coisa intrigante.
O quê? Diga-me, por favor!
Os abutres todos passaram mal.
Olha que coisa! E daí?
Todos morreram um dia depois da ceia cadavérica.
Como estavam eles?
Secos, sem olhos, garras e bico .
Que cena estranha e macabra.
Sim! Também concordo com você!
E agora?
Agora o quê?
O que esperar da morte do Orgulho?
Dizem que ele pode voltar!
É mesmo? Onde?
Em mim ou em você!
Deus me livre!
Boa noite, Dia!
Boa noite! Olha, precioso dizer algo.
Diga-me então!
Gostei de seu chapéu e sapatos, viu?




  • Autor: Ueslei Fatareli (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de julho de 2020 11:30
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 19
Comentários +

Comentários1

  • Nelson de Medeiros

    Orgulho! Vaidade ! Eis os grandes inimigos de nosso "eu".

    1 ab



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.