Na frieza do seu olhar, eu forjei uma chama
Usando meus próprios ossos como gravetos
Passei horas até sair uma faísca
Escondi meus gritos quietos
Engoli meus dentes e mordi minha língua
Enfiei algodões em meu nariz
Com medo do meu desespero apagar a fagulha
Quando você está morrendo de fome, até a mesmo carne pobre é suculenta.
O que farei com este desejo dentro de mim?
Não posso suprir até raiva virar no fim,
Eu continuo procurando vestígios do calor do seu corpo em isqueiros e velas
A fogueira não me apetece
Apenas me satisfaz aquilo que me lembra o seu amor fraco, pequeno e incapaz de me esquentar
Quente o suficiente apenas para me queimar
E marcas na minha pele deixar
Para assim, apenas uma pequena parte do meu ser estar sempre ligada a você
Foi bom se aproveitar do quanto eu precisava de você?
- Autor: Filha de Caim (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de agosto de 2024 21:34
- Comentário do autor sobre o poema: Muitas das vezes nos encontramos amando aquilo que nos faz mal, na maioria, sem um motivo especifico. Foi a forma que a pessoa te fez se sentir diferente? Como ela te deixou com borboletas no estômago e depois chutou sua barriga? Ou foi a semelhança com a forma que aquele que dizem ser seu criador te trata com frieza e ignora suas súplicas? Ethel Cain, Álbum Preacher's daughter, Sun Bleached Flies, minuto 1:26. Abençoados sejamos nós, filhos de Caim.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 17
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários2
Curti demais essa frase:
Quando você está morrendo de fome, até a mesmo carne pobre é suculenta.
///
E todo o conteúdo.
Muito obrigada, Melancolia! Fico lisonjeada de, alguma forma, tocar o seu coração com as minhas palavras.
Satisfação em te ler...
,,,"Quando você está morrendo de fome, até a mesmo carne pobre é suculenta"...
Perfeito! A poesia se faz presente em tudo. Até na decomposição.
Abraços,
Obrigada pelo carinho, Shmuel!
Realmente, até mesmo na decomposição a poesia está presente, assim como na vida e na morte, seja ela feliz ou triste.
Abraços!
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