Guará

Bingus McBongus

Das dunas cinzas dos frios desertos,
Voa-se o Guará, em tua pluma rubra.
Com teus pequenos olhos pretos,
Submerge-se no céu pardacento, em umbra.

Como poderia o infinito pálido devorar,
De forma tão gélida, tão vivo vermelho?
Em resposta, brilha o Guará vestindo o nebuloso orvalho,
Riscando o céu, a terra e o mar.

Corta-se a imensidão grisalha com teu carmesim...
Carmesim de tuas penas... Carmesim de teus sangues.
Que injusta guerra que lutas para que teus tributos pagues.
Mas se mantém em voo e impávido, ainda assim.

Não importa a extensão de qualquer colosso cinzento,
Cuja presa grotescamente cruel o coração gelará,
Se do cerne de teu corpo pustulento, emergir,
Com tuas asas... tuas garras... O Guará.

  • Autor: Bingus McBongus (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de agosto de 2024 20:15
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 14
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