Das dunas cinzas dos frios desertos,
Voa-se o Guará, em tua pluma rubra.
Com teus pequenos olhos pretos,
Submerge-se no céu pardacento, em umbra.
Como poderia o infinito pálido devorar,
De forma tão gélida, tão vivo vermelho?
Em resposta, brilha o Guará vestindo o nebuloso orvalho,
Riscando o céu, a terra e o mar.
Corta-se a imensidão grisalha com teu carmesim...
Carmesim de tuas penas... Carmesim de teus sangues.
Que injusta guerra que lutas para que teus tributos pagues.
Mas se mantém em voo e impávido, ainda assim.
Não importa a extensão de qualquer colosso cinzento,
Cuja presa grotescamente cruel o coração gelará,
Se do cerne de teu corpo pustulento, emergir,
Com tuas asas... tuas garras... O Guará.