Em Auschwitz com Noémia de Sousa

Andre Dias

Minha canção é sofrimento

O trabalho é forçado e a dignidade se perdeu

Tiraram a luz do sol que nos aquece

Por que as noites já não são calmas e doces?

 

Dormimos empilhados

Passamos frio e nos alimentamos mal

Somos humilhados noite e dia

Muitos são friamente executados

 

Presente está a nostalgia da liberdade perdida

A morte das emoções proibidas

E a saudade de tudo que foi teu

E já não é

 

O trabalho liberta é uma piada de péssimo gosto

Somente a câmara de gás termina com o cruel sofrimento

Tem ainda o horror das experiências médicas

A solução final para os racialmente indesejáveis

 

Tiraram-nos a terra em que nascemos, onde crescemos

E deram-nos por companhia a fome e as doenças

Fomos exterminados e muitos caíram

Nesta triste história da humanidade

  • Autor: Andre Dias (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de agosto de 2024 08:23
  • Comentário do autor sobre o poema: Contém trechos de obras de Noémia de Sousa. Carolina Noémia Abranches de Sousa Soares (Catembe/Moçambique, 20 de setembro de 1926 — Cascais/Portugal, 4 de Dezembro de 2002) foi uma poeta, tradutora, jornalista e militante política moçambicana. (Wikipédia)
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 15
  • Usuários favoritos deste poema: Maria do Carmo Dias da Silva
Comentários +

Comentários1

  • Shmuel

    Triste!
    Infelizmente ainda acontece guerra!

    Abraços,



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