Às vezes me pego pensando
O que há em ser vegana?
Não comer carne animal e jamais machucar um
Eu facilmente deixaria de lado o consumo animal
Me tornar herbívora e uma presa
Um pobre carneiro assustado
E você? Trocaria o consumo de carne animal e me comeria no lugar?
Eu melhoraria minha alimentação se isso significasse te proporcionar mais proteínas
Reduzir as minhas calorias para aumentar as suas
Eu queimaria buracos na minha pele caso você quisesse tocar meus ossos
Me toque até eu vomitar, consuma meu ser, sugue tudo que der.
Eu teria todo o cuidado de uma dieta restrita
Evitaria alimentos que te dão alergia
Tenho pânico de te causar intoxicação
Minha carne deve ao menos te satisfazer
Sacie sua fome e me permita saciar minha sede
Minha ânsia de viver dentro do seu corpo mesmo que no seu estômago
Te infectar com o verme do meu ser e aos poucos roer a sua carne de dentro para fora
Seríamos o sustento um do outro.
-
Autor:
Filha de Caim (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 16 de agosto de 2024 16:39
- Comentário do autor sobre o poema: Um poema sobre a linha tênue entre o desejo e o canibalismo, o amor e a obsessão. A capacidade de um ser humano apaixonado de se auto destruir para amar alguém que, no final, comerá a sua carne.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 21
- Usuários favoritos deste poema: MrFred, Melancolia..., oeremitaIX
Offline)
Comentários3
Extremamente muito bem escrito, creio eu que foi uma das obras mais carnais e mais orgânicas que já li, realmente ultrapassando as palavras e carregando no âmago do significado das mesmas. Espero ver muito mais do seu trabalho!
Obrigada, MrFred!
Fico feliz que você gostou do poema e que, melhor do que isso, entendeu e absorveu a mensagem por trás de palavras tão agressivas e cheias de amor.
Abençoados sejam os filhos de Caim.
Muito bom! Um tema que precisa estar em pauta. Me fez refletir!
Abraços!
Agradeço as palavras, Shmuel!
Realmente um tema pouco explorado em comparação com a profundidade do tal. Abraços!
Abençoados sejam os filhos de Caim.
Incrível! Parabéns
Obrigada!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.