Vários anos somem assim como se um cometa os tivesse levado para longe.
 Uma parte do quebra-cabeças foi perdido para sempre e
 Não se consegue mais formar uma imagem.
 O café agora é mais amargo, tomo-o acompanhado da ausência.
 
 Os espaços da casa ainda possuem memórias vivas, mas a vivacidade foi-se com o cometa.
 Agora estou sempre certo e isso está errado. 
 Reviro o baú dos defeitos tentando afastar à ausência. 
 
 Deixo a porta aberta esperando o som do fechar por trás de mim, esperando ouvir passos apressados para me alcançar; mas ela sempre permanece aberta e os passos que ouço são os da solidão.
 
 Não durmo, não durmo, não durmo. 
 Não penso em dormir, porque o silêncio me atrapalha, a cama se tornou tão grande quanto o universo. 
 E eu sou humano, sou tão pequeno para isso tudo, sou tão pequeno que a ausência não cabe em mim.
 
 Ah! Se eu pudesse escrever...
 Se pelo menos soubesse formar uma frase, talvez eu pudesse escrever o pretérito mais que perfeito que tive e mostrar como me sinto no presente.
 Por enquanto, essa ausência é como um verbo no infinitivo.
 Se eu pelo menos soubesse conjugar...
 Conjugaria todos os meus sentimentos em versos.
 Mas também não sou poeta, sou apenas a tua ausência.
 
 
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                        Autor:    
     
	Luís Filipe de Araújo  (Pseudónimo ( Offline) Offline)
- Publicado: 14 de julho de 2020 20:54
- Comentário do autor sobre o poema: Simplesmente a ausência.
- Categoria: Triste
- Visualizações: 10

 Offline)
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