Todos os dias algo fica para sempre
Nas margens do aqueronte deixei minha sede
Pelos seus lábios, contemplei o inferno
Do ápice do gozo ao sofrimento eterno
Jazia meu espírito num mar de vaidade
Em seus olhos, deixei minha humanidade
Nossos dedos se entrelaçam em gestos sutis
E morrem todos os medos em abraços gentis
Talvez o universo tenha um motivo
E na profunda tristeza haja um sorriso
Até mesmo no sofrimento pode haver beleza
Em nenhum momento haverá certeza
Sermos incertos, inconstantes, incompletos
Nos une, nos pune, por todos os séculos
sempre distantes e as vezes tão perto
Ironicamente é o amor mais sincero
Todos os dias algo encontra o fim
Maria sempre será uma parte de mim
Uma parte minha que nunca terei
A vida sonhada que não viverei
- Autor: Anônimo (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 29 de julho de 2024 09:50
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 18
Comentários1
Lindo poema!
..."Nas margens do aqueronte deixei minha sede"...
Abraços ao poeta! Uma bela inspiração!
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