Zodíaco

Todos os dias

Todos os dias algo fica para sempre
Nas margens do aqueronte deixei minha sede

 

Pelos seus lábios, contemplei o inferno
Do ápice do gozo ao sofrimento eterno

 

Jazia meu espírito num mar de vaidade
Em seus olhos, deixei minha humanidade

 

Nossos dedos se entrelaçam em gestos sutis
E morrem todos os medos em abraços gentis

 

Talvez o universo tenha um motivo
E na profunda tristeza haja um sorriso

 

Até mesmo no sofrimento pode haver beleza
Em nenhum momento haverá certeza 

 

Sermos incertos, inconstantes, incompletos
Nos une, nos pune, por todos os séculos 

 

sempre distantes e as vezes tão perto 
Ironicamente é o amor mais sincero 

 

Todos os dias algo encontra o fim
Maria sempre será uma parte de mim

 

Uma parte minha que nunca terei
A vida sonhada que não viverei