A VOZ DO TROVÃO

Luis Sátiro

 

Eu ouço a voz do trovão [!]

 

Inicia, com seu rebento,

o fim da estação seca.

Inicia o fim dos dias de se esconder

nas sombras de um guarda-sol

e de meditar no quarto

entre vapores de suor e cigarro.

 

Das brumas que carregam os céus,

um número infinito de tons de cinza

típicos da paisagem no viço

da estação das moscas,

deixa respirar o ar fresco

da convergência dos ventos.

 

Ouço a voz do trovão [!]

 

De ronco grave ao sono;

direto aos sonhos;

em parte, aos pesadelos.

De fazer dançar os mortais

o balé inexorável do tempo.

 

Ouço a voz do trovão!

 

E espero ansioso o último verso

– imprevisível como um lampejo –

alcançar aos ouvidos e fazer ressoar

a inexprimível sinfonia de atroo

da natureza passageira das coisas.

 

 

 

14 Dez. 2017.

  • Autor: Luis Sátiro (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de julho de 2020 22:59
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 15


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.