Em caminho cego pelo lago negro,
Às vezes se esquece como se voa o currupião;
Às vezes se esquece como se cai o relento;
Às vezes se esquece como se amacia a terra;
Às vezes se esquece de andar sobre os cascalhos.
Dos frios que congelam os pés,
Faz-se a saudade da garoa; do gélido.
Mas as larvas me roubam a memória; me roubam o tempo
Com suas pressas torpes; com seus corpos pálidos.
Não me lembro da manhã, da tarde ou da noite.
Minha mente é ferrugem; meu cérebro fede à carcaça.
Sou prisoneiro de meu crânio.
Sou ração das larvas.
- Autor: Bingus McBongus ( Offline)
- Publicado: 18 de julho de 2024 23:47
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 44
Comentários1
Tua mente é poderosa!
Da oxidação saiu uma poesia forte.
Abraços ao poeta.
..Minha mente é ferrugem; meu cérebro fede à carcaça"....
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