Oração para a Guerra
Ó cadáver que me forjou desfaço-me todo dia como seu assombro
Sinto sede por parente, sinto-me o morto feliz, sinto peso da fome
Verdes insultos, a mais dolorosa condenitude, castigos hediondos
Enquanto humilde, os atopos empilham-se me carcomem
Ó mãe, esta uterina proliferação não de filhos, mas de monstros
De um amor desprezível vinde a mutilação do teu hímen
Vícios de ébrios esporros o é a minha putrefação por seu colostro
De quem foi vítima no pior dos idiossincráticos crimes
Ó pai, punge a punição a imanência teus suseranos gélidos passos
Manjedoura nenhuma alicerça para a fé nossos homens
Já frutos de um trovão errante, relâmpago do lado nefasto
Que apaga a luninância, para clandestina destinação tua, o demônio
Ó malemolente virtude do futuro, as nossas belas próles!
Canetai vosso vil sentimento sem quaisquer expectativas
Pois a Pátria já no naufrágio sem planejamento, esperança
Espera ansiosa estopim de holocausto, nas nucleares as ogivas
Ó gangrena, que também se vêm dos prazeres intermitentes, aromas
Guerra é o trono eminente que faz fila de ossos de feridos
Granadas silenciadoras do timbre, nadificantes tudo que se sonha
Tanatopraxia dos escravos, eu com minha vastidão, destrunidos!
- Autor: Breno Pitol Trager ( Offline)
- Publicado: 9 de julho de 2024 14:30
- Comentário do autor sobre o poema: Oremos para não acontecer
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
Comentários1
Fica aqui registrado em letras impressas em sangue e lamento, as mazelas e os horrores causados por um nefasto evento bélico.
Abraços ao poeta!
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